Os problemas climáticos permanecem implacáveis nos países asiáticos, revelando um cenário muito pior do que o esperado. Após o Tufão Yagi, várias áreas produtoras de borracha e látex foram inundadas. Ao mesmo tempo, houve um aumento na demanda do gigante asiático, impulsionando ainda mais os preços. Esta semana, a China lançou um pacote agressivo de medidas para recuperar a atividade do país.
O estímulo econômico da China e as inundações prolongam os aumentos de preços. Até quando isso vai durar?
Os preços da borracha natural e do látex continuam sua tendência de alta, acumulando aumentos de até 12% e 15% no último mês, respectivamente. Problemas persistentes de oferta agora foram agravados pelo anúncio de medidas de estímulo econômico na China, levando a compras especulativas. Embora os preços permaneçam altos até que haja uma melhoria nas condições climáticas no Sudeste Asiático, eles já alcançaram níveis incomumente altos, e não seria surpreendente se os investidores decidissem vender para realizar lucros. Se isso acontecer, poderíamos ver uma queda de preços nas próximas semanas.
Em busca de uma meta de crescimento de 5%, a China lança o pacote de estímulos mais agressivo desde a pandemia.
O pacote de medidas foi mais amplo do que o esperado, incluindo cortes nas taxas de juros, redução dos requisitos para acesso a hipotecas, um inédito programa de recompra de ações e um programa de crédito que permitirá a investidores institucionais tomar empréstimos usando suas próprias ações como garantia.
As ações chinesas reagiram muito positivamente, levando a um aumento nas compras especulativas de borracha natural, impulsionando assim os preços. No entanto, alguns analistas questionam a efetividade das políticas e pedem mais estímulos fiscais e menos medidas monetárias, uma vez que o principal problema da China não parece ser de liquidez.
Por enquanto, as medidas geraram um certo otimismo no mercado, mas não foram verificadas melhorias concretas. Em relação à demanda por borracha, destaca-se uma queda de 5% nas vendas de automóveis em relação ao ano anterior. Apesar de uma melhora de 25% nas exportações, as vendas internas continuam relativamente estagnadas nos últimos meses e ainda não recuperaram os níveis de final de 2023.
Situação climática dramática na Ásia
Tufões e tempestades tropicais continuam restringindo a oferta na Tailândia, Vietnã e sul da China. O cenário é muito pior do que o esperado há alguns meses, especialmente devido ao impacto devastador do Tufão Yagi (o maior registrado na China desde 1949) no Vietnã, Tailândia e, mais recentemente, em Mianmar.
Parece que o pior já passou, mas ainda há várias áreas inundadas, e levará tempo para recuperar a produção.
Essa análise surge de consultorias especializadas, que alertam para uma possível sobreoferta devido à adição de 1,7 milhão de novos TEUs até fevereiro. Até agora, este ano, os problemas nas principais rotas globais e a congestão nos portos compensaram mais do que a nova oferta, mas algumas rotas já começam a mostrar capacidade ociosa. A iminente greve nos portos da costa leste dos Estados Unidos pode gerar ruídos no mercado a curto prazo, mas a perspectiva de médio prazo continua sendo de baixa.
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