EVOLUÇÃO DA DEMANDA
A atividade industrial na China caiu sensivelmente em julho, de acordo com os indicadores preliminares (PMI). Desta vez, houve uma concordância tanto no indicador oficial quanto no privado, publicado pelo grupo Caixin, que teve um desempenho significativamente inferior ao esperado.
A novidade foi que as ordens para novas exportações estão se contraindo. O mercado imobiliário também continua em declínio, apesar dos recentes esforços de resgate do governo. As vendas de imóveis caíram 19% em termos anuais em julho, acelerando o declínio em comparação aos 17% em junho.
Essas notícias pioram as perspectivas para o segundo trimestre: o PIB cresceu 4,7%, não atingindo a meta estipulada de 5%.
As medições de julho mostram uma contração nas ordens de novas exportações, o que é preocupante, dado que as vendas externas vinham sustentando a produção diante da fraqueza do consumo interno.
Se a produção não puder ser direcionada para o exterior, o problema de sobrecapacidade na China pode se agravar.
No final de julho e início de agosto, isso foi compensado por uma piora nas condições de produção. A oferta de borracha natural vinha se recuperando sensivelmente desde junho, mas, como já mencionamos, permanece em níveis historicamente baixos. O clima favoreceu a recuperação e motivou uma queda nos preços até meados do mês. No entanto, nas últimas semanas, a oferta foi interrompida por fortes chuvas no Sudeste Asiático. Como resultado, os preços subiram levemente.
No restante do mundo, a economia se mostra mais estável. No entanto, a recente notícia do aumento do desemprego nos Estados Unidos (subiu 0,2pp, alcançando uma taxa de 4,3%, o maior nível desde outubro de 2021) reavivou temores de recessão entre alguns analistas. As próximas decisões do Federal Reserve sobre as taxas de juros serão cruciais para o futuro econômico.
EVOLUÇÃO DA OFERTA
Durante maio e junho, foi observada uma marcada recuperação na oferta de borracha natural, que começou a deixar para trás o piso de abril. No entanto, como pode ser observado nas estimativas, ainda estamos abaixo dos valores dos últimos anos.
Além disso, nas primeiras duas semanas de agosto, fortes chuvas foram registradas em várias regiões da Ásia, interrompendo a produção.
Sendo o principal produtor, o maior impacto vem das interrupções na Tailândia. Sua produção caiu 13,4% no primeiro semestre, e a recuperação está levando mais tempo do que o esperado.
No entanto, a situação mais notável é a da Índia. Neste país, os problemas climáticos se somaram a uma situação já crítica devido aos rendimentos que vinham sendo muito baixos. Com uma produção próxima à metade das expectativas e uma capacidade logística limitada para importação, a Índia enfrenta uma escassez que distorceu o preço do látex nesse mercado, que atualmente é cotado muito acima do que nos outros países. Esperamos que isso gere um forte aumento das importações e impulsione os preços para cima nas próximas semanas.
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